sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Entrevista: Fause Haten



Na útlima terça-feira, dia 28 de setembro, rolou a inauguração da exposição do estilista Fause Haten, no Pátio Savassi. A mostra faz parte do Projeto Estilista Residente, uma iniciativa que busca trazer para os mineiros mais informações sobre a cultura de moda. Uma oportunidade de apreciar, bem de pertinho, o rico trabalho deste importante criador.

O estilista tem uma história bem interessante. Filho de um mascate libanês, que trabalhava na 25 de Março, tradicional rua “encontra tudo” da região central de São Paulo, desde adolescente Fause já procurava algo que pudesse render uma graninha extra, para financiar suas viagens. Com uma apreciável habilidade com as mãos e tesouras, ele desenvolveu algumas peças e foi direto apresentá-las para as proprietárias da Le Lis Blanc. A ascendência árabe em comum motivou as empresárias Traudi Guida e Rahyja Calixto Afraenge a colocarem as roupas de Fause em consignação na loja.

Este foi o começo de uma grande história na moda brasileira. Em 87, o estilista lançou sua própria marca, a Der Haten, que depois mudou para Fause Haten, assumindo o próprio nome. E nos anos 90 ele ingressou no universo dos desfiles, exibindo suas coleções no Phytoervas Fashion e Morumbi Fashion.

 Exposição Fause Haten no Pátio Savassi, em Belo Horizonte

Atualmente, a marca é reconhecia internacionalmente. O Espaço FH, que possui uma área livre de 600m2, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, comercializa as coleções do estilista, com roupas para o dia e para a noite, e os acessórios produzidos por Fause. Bolsas, carteiras, cintos, sandálias e sapatos, tudo em couros macios, ferragens preciosas, cetins e cristais, acessórios que compõem um visual clássico e arrojado para qualquer ocasião.

Confira a entrevista exclusiva!

Como funciona o seu processo criativo?

Não tem uma regra, eu não trabalho de uma maneira regrada, eu trabalho de uma maneira muito emocional. Se você me perguntar de onde vem minhas idéias, eu digo que vem de todos os lugares. Pode vir dessa minha conversa com você e eu vou armazenando este monte de informação e vou juntando isso, e daí surge uma linha de raciocínio, de trabalho, de bem estar e junto disso uma vontade de uma forma. No desfile da coleção verão 2011 eu tive uma vontade de buscar o novo, que é o exercício do criador. E ai eu fiquei pensando muito, porque a gente acaba fazendo sempre mais um vestido, mais uma saia, mais uma calça. Mas, eu tinha vontade de fazer uma peça nova.

A minha ideia foi partir deste conceito do Híbrido. Híbrido pra mim são duas ou mais individualidades que somadas criam uma nova individualidade. A gente fez a coleção, depois da coleção pronta a gente foi pegando partes de vestidos e criando ali novas formas. Eu tenho uma saia, que também é uma calça, que é uma bermuda, ou uma saia que é comprida e também é curta. É mexer com essa estrutura pré-fabricada da indumentária e tentar fazer algo novo. Se você me perguntar da onde vem, como é que é, eu digo que não sei. Eu tenho meus assistentes e a gente vai todo dia evoluindo, trocando idéias, “não ficou bom, vamos mudar o caminho”, ou “ficou lindo, vamos continuar pensando nisso”, é isso. A partir daí a coleção se forma.

Existe alguma coleção que você acha que marcou mais sua carreira?
Cada uma tem a sua história. Claro que a coleção que eu fui para Los Angeles, a primeira coleção que eu fiz para Nova York, a primeira coleção de Milão, claro que são coleções interessantes, importantes. Mas, pra mim é sempre a última mesmo. Eu nem gosto de ver desfiles anteriores, pois foi daquela época, né? Hoje já é diferente.

A entrevista continua no próximo post! ;)

2 comentários:

Belle et Lu disse...

Ei Fabíola,

Fause é uma história de talento e coragem né? As pessoas vão acontecendo, muitas vezes ser talentoso não é suficiente. A história do Fause é uma lição, de vontade e de esforço para seguir adiante. De muitos "nãos" que recebemos numa trajetória, um único e apenas "sim" pode mudar tudo.

Adorei a entrevista!!! Beijim

Belle et Lu disse...

Me pareceu bem acessível também, legal trabalhar com esse tipo de pessoa.

Parabéns pela entrevista.

Bjo