terça-feira, 5 de outubro de 2010

Entrevista: Fause Haten – continuação

Desfile SPFW | Verão 2011 - Crédito: Agência Fotosite

O que você acha desta iniciativa de um shopping expor as peças que você desfilou no SPFW?

(FH) Eu acho ótimo. Eu adoro esse tipo de iniciativa. Os shoppings hoje são os grandes centros de convivência das pessoas e quanto mais cultura – porque de uma certa maneira a gente está falando de cultura – a superintendência e o marketing desses shoppings podem levar, melhor. A gente está em um lugar bonito, ouvindo uma boa música, vê uma roupa interessante, é tudo positivo. Assim que o Zuza (produtor da exposição) me convidou, a gente tinha uma questão de agenda meio complicada, mas logo achamos uma forma de estar aqui, e com o maior prazer.

O que você acha da moda mineira?

(FH) Eu conheço muito pouco da moda mineira. Mas, comecei a trabalhar em uma época que eu ouvia muito falar da moda produzida em Minas Gerais. Naquele período eu era uma criança, que amava moda, então eu tinha na cabeça todas aquelas grandes marcas que fizeram parte do grupo mineiro, que nos anos 80 era muito forte. Eu sempre tive essa imagem da moda mineira muito forte na minha cabeça. Depois, com o tempo, eu perdi um pouco o contato, apesar que, mesmo de longe, eu observo alguns trabalhos. Infelizmente eu venho muito pouco para Belo Horizonte, então eu não consigo ter um olhar apurado, mas pelo pouco contato eu percebo que é uma moda muito artesanal e, ao mesmo tempo, muito contemporânea.

Eu observo as pessoas de Minas Gerais que trabalham como moda e percebo que elas se vestem de uma forma muito interessante. Elas têm um olhar moderno sobre aquela coisa do “feita a mão”, tipo os tricôs, que são lindos. Eu sou um grande admirador da moda japonesa e percebo que os mineiros têm algo em comum com eles: lidam muito bem com as formas. Uma das marcas mineiras que conheço é a Coven, admiro muito o trabalho deles, acho lindo.


Desfile SPFW | Inverno 2010 - Crédito: Agência Fotosite

E mais um pouco de conversa...

(FH) Eu não acho que a moda mineira perdeu seu lugar. Eu percebo que tenho um lugar muito privilegiado no Brasil, de um cara que apareceu em um momento onde tinham poucas pessoas, tive uma representatividade, tenho hoje um nome e um trabalho considerável. E eu entendo que existe um universo de marcas interessantíssimas, mas que não tem esse nome e, por isso, talvez pareça que é menos, mas são tão boas quanto eu, sabe? Eu sou um cara que escolhi ficar no Brasil, tive minha fase internacional e decidi ficar aqui.

Não me sinto desmerecido perante marcas internacionalizadas e até mesmo marcas lá de fora, eu acho que eu tenho meu trabalho. E da mesma forma as marcas mineiras tem um trabalho sólido e o fato de ser mais ou menos conhecida, não modifica o valor do trabalho. Igual aos cariocas, que são incríveis. Também tenho uma amiga de Goiânia e o trabalho de lá é muito forte. O que eles fazem é muito bacana, não é um trabalho de criação, mas de difusão, e também merece ser reconhecido. Eu valorizo muito esses diferentes trabalhos.


Desfile SPFW | Verão 2010 - Crédito: Agência Fotosite

Em tempo: Fause Haten irá desfilar no Minas Trend Preview, no dia 3 de novembro. 

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